sábado, 26 de março de 2022

Mais poesia

Na Escola Pintor Mário Augusto, o Clube de Leitura assinalou a chegada da Primavera, o Dia da Árvore e o Dia da Poesia com um placar vestido a rigor e com a leitura de poemas.

Dia mundial da árvore

Olha estas velhas árvores, mais belas
Do que as árvores moças, mais amigas,
Tanto mais belas quanto mais antigas,
Vencedoras da idade e das procelas…
O homem, a fera e o inseto, à sombra delas
Vivem, livres da fome e de fadigas:
E em seus galhos abrigam-se as cantigas
E os amores das aves tagarelas.
Não choremos, amigo, a mocidade!
Envelheçamos rindo. Envelheçamos
Como as árvores fortes envelhecem,
Na glória de alegria e da bondade,
Agasalhando os pássaros nos ramos,
Dando sombra e consolo aos que padecem!

  Olavo Bilac   

Dia mundial da poesia

PASTELARIA

Afinal o que importa não é a literatura
nem a crítica de arte nem a câmara escura

Afinal o que importa não é bem o negócio
nem o ter dinheiro ao lado de ter horas de ócio

Afinal o que importa não é ser novo e galante
- ele há tanta maneira de compor uma estante

Afinal o que importa é não ter medo: fechar os olhos frente ao precipício
e cair verticalmente no vício

Não é verdade rapaz? E amanhã há bola
antes de haver cinema madame blanche e parola

Que afinal o que importa não é haver gente com fome
porque assim como assim ainda há muita gente que come

Que afinal o que importa é não ter medo
de chamar o gerente e dizer muito alto ao pé de muita gente:
Gerente! Este leite está azedo!

Que afinal o que importa é pôr ao alto a gola do peludo
à saída da pastelaria, e lá fora – ah, lá fora! – rir
de tudo

No riso admirável de quem sabe e gosta
ter lavados e muitos dentes brancos à mostra

Cesariny


sexta-feira, 25 de março de 2022

O que andas a ler?

A escrita, o compromisso político, as amizades, o exílio e as viagens são elementos indissociáveis numa vida fascinante como a de Luis Sepúlveda, o autor do romance O velho que lia romances de amor, que já abordamos no Clube de Leitura.
Sugerimos agora este palavras em tempos de crise. Nestas páginas, entrelaçam-se histórias pessoais, histórias dos trabalhadores e suas lutas, gritos de dor perante a exploração criminosa do meio ambiente, reflexões sobre a crise económica que atingiu a Europa e encenações de momentos partilhados com amigos, entre eles Pablo Neruda, José Saramago e Tonino Guerra.
E emerge, acima de tudo, Luis Sepúlveda homem.
Vale a pena apreciar neste livro a dualidade pessoa – escritor que cruza com ética e
estética.

Uma sugestão da professora Inês Mendes

sábado, 19 de março de 2022

Dia da poesia - 21 de março

O Clube de Leitura não podia deixar passar esta data sem dizer, cantar, ler alguns poemas. Algumas turmas serão surpreendidas, quando um poema lhes bater à porta, sem aviso prévio.

Aqui fica um, para assinalar a iniciativa.

Imagem

Este é o poema duma macieira.
Quem quiser lê-lo,
Quem quiser vê-lo,
Venha olhá-lo daqui a tarde inteira.

Floriu assim pela primeira vez.
Deu-lhe um sol de noivado,
E toda a virgindade se desfez
Neste lirismo fecundado.

São dois braços abertos de brancura;
Mas em redor
Não há coisa mais pura,
Nem promessa maior.

Torga, Miguel. 2001. “Imagem”. In Antologia Pessoal da Poesia Portuguesa, ed. Eugénio de Andrade, 5th ed., 431. Porto: Campo das Letras.


segunda-feira, 14 de março de 2022

O que andas a ler?

 A Ana, a Sofia, a Diana e a Inês, que pertencem ao Clube de Leitura, perguntaram na escola Cristina Torres a colegas e professores o que andam a ler.

A lista é muito variada e pode ser uma boa sugestão para quem precisa de ideias para leituras. Há para todos os gostos. Aqui fica.

  • Orgulho e preconceito, de Jane Austen (Ana)
  • Amor e sorte, de Jenna Evans Welch (Sofia)
  • A segunda vida de Bree Tanner, de Stephenie Meyer (Ana)
  • As doenças do Brasil, de Valter Hugo Mãe (Prof. Silvéria)
  • 19 minutos, de Jodi Picoult (Bárbara)
  • Ilha do tesouro, de Robert Louis Stevenson (Miguel)
  • Mulherzinhas, de Louisa May Alcott 
  • Uma escolha por amor, de Nicholas Sparks (Sofia V.)
  • A Elite, de Kiera Cass (Diana)
  • O terceiro gémeo, de Ken Follett (Prof. Maria Craveiro)
  • O seu jardim interior, de Ana Manuel Mestre (Prof. Maria Craveiro)
  • As maravilhas, de Elena Medel (Prof. Ester)
  • Veloz como o vento, de Gine Victor (Prof. Ester)
  • O meu pai é um homem-pássaro, de David Almond (Prof. Ester)
  • A rapariga que lia no metro, de Christine Féret-Fleury (Prof. Ester)
  • Tudo o que nunca fomos, de Alice Kellen
  • Alguém está a mentir, de Rachel Amphlett
  • Fala com o ex, de Rachel Lynn Solomon
  • As gémeas de Auschwitz, de Eva Mozes Kor (Prof. Alexandra)
  • O estranho caso do leque cor de rosa, de Nancy Springer (Sofia)
  • É assim que acaba, de Colleen Hoover
  • Um de nós mente, de Karen M. McManus 
  • Istambul Istambul, de Orhan Pamuk
  • O polícia, de Joe Nesbal (Maria Beatriz)
  • Quando éramos mentirosos, de E. Lockhart (Carolina)
  • Isto acaba aqui, de Colleen Hoover
  • As minhas aventuras políticas, de Luís Miguel Tavares  (Gabriel)
  • O Recruta, de Robert Muchamore (Afonso Fonseca)
  • Histórias da Terra e do Mar, de Sophia de Mello Breyner Andresen
  • O Senhor dos Anéis, de  J. R. R. Tolkien (Tomás Nogueira)
  • Corte de Espinhos e Rosas, de Sarah J. Maas (Camila)
  • O Príncipe Cruel, de Holly Black (Nádia)
  • Onze minutos, de Paulo Coelho (Bea S.)
  • O Rapaz Verde, de Toni Brandão
  • No Final, Morrem os Dois, de Adam Silvera (Lety)
  • Jerusalém, de Simon Sebag Montefiore (Prof. Carlos Duarte)

 


sexta-feira, 11 de março de 2022

Poesia de março

O placar do polivalente está, mais uma vez, vestido de novo. E, embora um tanto esmaecido quando visto ao longe, visto bem de perto exibe todas as cores do arco-íris. Porque veste as cores da poesia.

Março é o mês em que acaba o solstício de inverno. Dia 21 começa a primavera. Nesse dia celebra-se também a Poesia.

A data foi criada na 30ª Conferência Geral da UNESCO, em 16 de novembro de 1999, com o objetivo de celebrar a criatividade das palavras.

Por tudo isso, o Clube de Leitura criou um placar cheio de poemas do mundo. 

Mas neste dia 21 celebra-se também o Dia Mundial da Árvore.

Que tal escreveres um poema sobre uma árvore, unindo, assim, duas maravilhosas referências?

Viva a poesia!

segunda-feira, 7 de março de 2022

Flush: Biografia de um cão, de Virginia Woolf

Com ilustrações de Iratxe López de Munáin, esta é uma edição de 2021, da Porto Editora. 

E acabou mesmo de chegar à nossa BE!

Trata-se de uma belíssima edição, de capas duras, com várias ilustrações de página inteira e outras de canto de página que dão ao livro um encanto infantil. Mas a história ultrapassa o público infantojuvenil.

A ideia de fazer uma biografia de um cão é tentadora para qualquer aspirante a biógrafo, não?

A obra começa com a apresentação da nobre linhagem de Flush: “É universalmente admitido que a família de que o protagonista destas memórias declara descender é uma das mais antigas.” E por aí vamos nós conhecendo o cocker spaniel, ao longo de seis capítulos. E para atestar a veracidade dos factos, temos, no final, a bibliografia, que consiste, sobretudo, nas cartas de Miss e de Mister Browning e Miss Mitford, os donos do cãozinho. Miss Mitford vendeu Flush a Miss Elizabeth Barrett, uma grande poetisa inglesa, que, mesmo depois de casada, nunca se separou de Flush. Bem, estiveram separados quase uma semana, quando ele foi roubado e exigiram um resgate para o manter vivo. Miss Elizabeth Browning nem hesitou – pagou tudo para poder reaver o seu melhor amigo. Ela até o via como seu igual, de tão parecidos que ambos se achavam. Sim, nós temos acesso ao pensamento e às emoções de Flush.

Uma história inspiradora para quem gosta de observar os animais e aprende com eles o sentido da lealdade e do amor puro.

Não esqueças que o Clube de Leitura te pode orientar nos trabalhos que queiras fazer sobre esta biografia.

 

sexta-feira, 4 de março de 2022

Diogo Piçarra em Pessoa

Livro que temos na BE com o número de registo 13097.

Aqui encontras uma sugestão interessante para te ligares à poesia de Fernando Pessoa e dos seus heterónimos.

Diogo Piçarra, com um Disco de Platina (2017) e outro de Ouro (2017), mostra a sua poesia a partir de um diálogo com 20 poemas de Fernando Pessoa. Imitando a estrutura e a sintaxe dos poemas pessoanos, ele escreve 20 poemas, atribuindo alguns a “heterónimos” seus. Entre cada heterónimo, deixa-te uma página para passares tu à escrita e outra página para inventares/criares um heterónimo teu.

Aceitas o desafio?
Começa por ver a proposta com atenção.

Não te esqueças de contactar o Clube de Leitura para alguma orientação.

Novidade

Roda da leitura

Na passada sexta feira, 22 de março, entre as 10:35 e as 11:25, decorreu na biblioteca da escola Pintor Mário Augusto a leitura coletiva do ...