quarta-feira, 11 de março de 2020

Cristina Torres em workshop com Miguel de Carvalho

Os alunos das turmas do 7ºA e 7ºB participaram numa oficina de collage dinamizada pelo Dr. Miguel de Carvalho, no dia 10 de março, na Escola Cristina Torres.

A iniciativa foi uma colaboração da Biblioteca Escolar com o Clube de Leitura, com vista à sensibilização dos mais pequenos para a reutilização de materiais da imprensa na criação de produtos poéticos, artísticos, que comunicam experiências de leitura e de interpretação de imagens e de letras/palavras.

Miguel de Carvalho, artista que tem desenvolvido esta forma de comunicação em alguns dos seus trabalhos, estimulou nos aprendizes de poeta uma atenção pelas formas, cores e texturas dos materiais impressos que resultou em originais trabalhos de colagem.

sábado, 7 de março de 2020

Claraboia, de José Saramago

Claraboia é o segundo livro de José Saramago. O escritor terminou-o a 5 de janeiro de 1953, mas o livro só foi publicado postumamente.
Paragrafado e pontuado de forma convencional, Claraboia apresenta diversos dramas pessoais e familiares: um pequeno prédio da classe trabalhadora pelos anos 50, em Lisboa, e seis apartamentos, 15 pessoas, 10 delas mulheres.
As suas vidas são frágeis, duras. Frustração, miséria moral, insegurança, geram inevitavelmente competitividade e maldade.
Adriana e Isaura conseguem à justa sustentar a mãe e a tia. Personagens solitárias, cujo desejo sexual não encontra um escape.
A jovem Claudinha representa uma geração que quer romper com os convencionalismos da geração anterior.
Os pais de Claudinha são infelizes no casamento.
Emílio, o caixeiro de praça, e a sua mulher espanhola odeiam-se mutuamente. Para a leitora que sou, uma das parte mais interessante deste livro ocorre entre as páginas 296 e 301. Nessa fase, a história fala-nos da sensação de liberdade de um marido infeliz, cuja mulher se ausenta de casa por três meses.
Caetano e a sua esposa Justina, perseguidos pela perda de uma filha, passam de um velho ódio à violência declarada.
Abela e sedutora Lídia, que por seu estilo de vida livre e por ser sustentada pelo amante Paulino Morais, enfrenta os julgamentos velados da vizinhança, no entanto é uma mulher que se eleva e se afirma na obra.
A personagem mais forte no livro é Silvestre, o sapateiro. Nos romances posteriores de Saramago, trabalhadores honestos como ele irão aparecer, sempre significativos, sempre usando a sua relevância discretamente. Será esta personagem um alter-ego de Saramago? Ou representará o seu avô, que Saramago homenageou por várias vezes? Silvestre é casado com Mariana, «Tão gorda que fazia riso, tão boa que dava vontade de chorar» ‒‒ um casamento de almas tranquilas, de gente generosa, meticulosamente bom.
À beira da pobreza, Silvestre e Mariana alugam o quarto disponível a um inquilino, Abel.
Abel tem mais ou menos a idade do autor do livro na época em que o escreveu, 31 ou 32 anos, e é difícil não o identificar em certa medida como um retrato do artista quando jovem.
Abel é o jovem à procura de um sentido para a vida, reservado, inerentemente superior, essencialmente taciturno. Abel não quer ser como os outros, desperdiçar a sua vida com ilusões. Mas aonde o leva o seu não comprometimento? É um realista preservando-se para atuar quando a ação acontecer, ou um idealista negando a sua apatia?

Exemplo de um diálogo com Silvestre:

“Vivemos entre os homens, ajudemos os homens.- E que faz o senhor para isso?
– Conserto-lhes os sapatos, já que nada mais posso fazer agora.”

No entanto, embora a ação da obra decorra nos anos 50, alguns tabus sexuais e sociais, e, sobretudo, os moradores cheios de preconceitos e do conservadorismo típico, persistem no século XXI e persistirão enquanto a humanidade não evoluir.
Enfim, esta obra é um bom princípio para quem quer conhecer a obra de José Saramago.

Livro apresentado à turma 11ºA em 12 fevereiro 2020




Supergigante, Ana Pessoa, Planeta Tangerina, 2014

Edgar corre a toda a velocidade e deixa tudo para trás: a família, a escola, os amigos. Hoje é o dia mais triste da sua vida porque o avô desapareceu, mas é também o dia mais feliz porque Joana o beijou pela primeira vez.(…)
À medida que avança, Edgar torna-se cada vez maior. A certa altura não cabe dentro do seu corpo. É um monstro. É uma explosão contínua. É supergigante.

Supergigante, Ana Pessoa, Planeta Tangerina, 2014

(Apresentação ao 7º C, 21/01/2020)

Ian McEwan, A Barata, Gradiva, 2019


Este livro saiu em novembro de 2019 e foi logo adquirido para a coleção da nossa biblioteca escolar. 
Ian McEwan é um escritor de reconhecido mérito, com muitos livros publicados, como Expiação (adaptado ao cinema), que também encontras na BE.
A Barata é um livro de 110 páginas, uma pequena novela, cuja personagem principal é uma barata que se metamorfoseia no primeiro ministro inglês, Jim Sams, durante um período de tempo, não muito, mas o suficiente para levar o Parlamento a aprovar uma lei (o Regressismo) que mudará completamente a economia inglesa e a sua relação com os outros países da Europa. Parece-te familiar? 
Quando essa missão é levada a cabo, a barata volta a ser uma barata…

(O autor classifica a obra como uma sátira política: https://pt.euronews.com/2019/10/01/a-barata-e-a-fabula-de-ian-mcewan-sobre-o-brexit)

É inevitável a relação com o livro de Franz Kafka, A Metamorfose, publicado em 1915. Também uma pequena novela, sobre a metamorfose de Gregor Samsa, que acorda um dia transformado num enorme inseto e que, aos poucos, vai perdendo a sua humanidade.

“Naquela manhã, ao acordar, Jim Sams, esperto, mas algo leviano, depois de uma noite cheia de sonhos perturbadores, viu-se transformado numa criatura gigantesca. Ficou bastante tempo deitado de costas (não era a sua posição preferida) e observou, com consternação, os seus pés distantes, a escassez dos seus membros. Apenas quatro, obviamente, e quase inamovíveis.” (p. 11).

Livro apresentado ao 12ºC a 10 de fevereiro 2020.
Requisita na BE.

Obras de Yuval Noah Harary


  • Homo Sapiens: História Breve da Humanidade (2013)
  • Homo Deus: História Breve do Amanhã (2017)
  • 21 Lições para o Século XXI (2018)
Yuval Noah Harary nasceu em Jerusalém a 24 de fevereiro de 1976. É historiador, investigador e professor de História do Mundo na Universidade Hebraica de Jerusalém, considerada uma das melhores instituições de ensino a nível internacional. Doutorado em História pela Universidade de Oxford, Harari tem-se dedicado ao estudo e ensino da História, encorajando os seus alunos a questionarem os conhecimentos e ideias que têm por garantidos sobre a vida, o mundo e a humanidade.

A sua pesquisa centra-se em questões como:

- Qual a relação entre a História e a Biologia?

- Qual a diferença fundamental entre o Homo Sapiens e os outros animais?

- Existe justiça na História?

- Será que as pessoas se tornaram mais felizes com o passar dos tempos?

As suas obras são todas bestsellers internacionais, estão traduzidas em múltiplas línguas.

O seu primeiro livro, Sapiens: Uma Breve História da Humanidade, foi um sucesso mundial, tanto assim que o então Presidente Barack Obama disse que era o seu livro de mesa de cabeceira, Bill Gates repetiu e Mark Zuckerberg (fundador do facebook) colocou-o no seu clube de leitura online e convidou os seus seguidores a lerem o que ele descreve como “uma grande narrativa sobre a história da humanidade”.
Esta é uma obra desafiadora e desconcertante, uma perspetiva diferente sobre a nossa História e o impacto do ser humano no planeta. Nela, Harary analisa a evolução da humanidade, desde as espécies que coexistiam na Idade da Pedra até às revoluções tecnológicas e políticas do século XXI — que nos transformaram em deuses, capazes de criar e de destruir. Foca-se na relação entre a História, a Biologia e a Engenharia, por exemplo, a criação de ciborgues (seres que conjugam componentes orgânicos e inorgânicos) e de seres inorgânicos (programas de computador, vírus informáticos) e afirma “De certa forma, quase todos nós somos biónicos nos dias que correm, uma vez que os nossos sentidos e funções naturais são complementados por aparelhos como óculos, pacemakers, próteses e mesmo computadores e telemóveis.”

Depois de olhar para o passado, Harari especulou sobre o futuro da Humanidade em Homo Deus — História Breve do Amanhã.
Homo Deus explora os projetos, sonhos e pesadelos que darão forma ao século XXI — desde o vencer a morte à vida artificial. Ele afirma, por exemplo “É mais provável cometer suicídio do que morrer num conflito armado. É mais alto o risco de obesidade do que de fome. A morte tornou-se um simples problema técnico. Não alcançámos a igualdade — mas estamos perto de alcançar a imortalidade. “ e coloca uma questão fundamental: O que nos reserva o futuro num mundo digitalizado que deixa pouco espaço para a privacidade, numa comunidade cujos elementos médicos são manipulados por empresas, no qual as classes sociais ricas poderiam ser “melhoradas”, transformadas em superciborgues, através de progressos tecnológicos e médicos aos quais os mais pobres não têm acesso e em que os processos de decisão – dos mais simples aos mais complicados – passarão para as grandes empresas tecnológicas, esvaziando a Humanidade da sua autonomia e integrando-a numa “imensa rede global”?

Quanto à obra 21 Lições para o Século XXI, que comecei agora a ler, está dividido em 5 partes (O Desafio Tecnológico, o Desafio da Política, Desespero e Esperança, Verdade, Resiliência), cada uma delas com questões dedicadas a temas específicos, no total de 21 lições para o século XXI.

Até hoje, os três livros venderam mais de 23 milhões de cópias no mundo inteiro. Só em Portugal, onde Sapiens já vai na 22ª edição, a editora Elsinore regista vendas de aproximadamente 150 mil exemplares, números absolutamente extraordinários para livros de não-ficção.

Fontes consultadas:
https://www.wook.pt/livro/21-licoes-para-o-seculo-xxi-yuval-noah-harari/22008278

Obras apresentadas à turma 10ºC em 29 janeiro 2020


Olga Tokarczuk, Conduz o teu arado sobre os ossos dos mortos, Cavalo de Ferro, 3ª edição; 2019.

Este livro foi adquirido para a BE em novembro de 2019, pouco depois de ser atribuído o Prémio Nobel da Literatura a Olga Tokarczuk.
A história, com uma atmosfera de romance policial e com uma forte mensagem de defesa dos direitos dos animais, pareceu-nos uma boa proposta para os alunos do ES.
A personagem principal é uma velhota simpática, que vive retirada da civilização, numa aldeia polaca, em estreita relação com a natureza. Incapaz de comer carne, detesta o clube de caça local e tudo faz para irritar os seus membros. O mistério adensa-se quando esses caçadores começam a aparecer assassinados. E parece mesmo que são os animais em atitude de vingança. Serão?
Janina Duszejko é tradutora de William Blake, astróloga e professora de inglês. E o que será mais?

Apresentado ao 10ºC a 22 de janeiro de 2020.

Requisita, na tua BE.

Olga Tokarczuk, Conduz o teu arado sobre os ossos dos mortos, Cavalo de Ferro, 3ª edição; 2019.

sexta-feira, 6 de março de 2020

Um presente do Bob, de James Bowen



“Como um gato nos pode ensinar o verdadeiro sentido do Natal.”

Uma reflexão sobre os tempos difíceis que passaram juntos, James e Bob. Os natais frios e solitários e como Bob, o gato alaranjado, mostrou a James um caminho de esperança e generosidade.

Uma história real, acompanhada de fotos e um amigo para a vida.

Um presente do Bob, James Bowen, Porto Editora

(Apresentação ao 7º D, 19/02/2020)

Novidade

Roteiro de poemas proibidos

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