Aqui fica um, para assinalar a iniciativa.
Imagem
Este é o poema duma macieira.
Quem quiser lê-lo,
Quem quiser vê-lo,
Venha olhá-lo daqui a tarde inteira.
Floriu assim pela primeira vez.
Deu-lhe um sol de noivado,
E toda a virgindade se desfez
Neste lirismo fecundado.
São dois braços abertos de brancura;
Mas em redor
Não há coisa mais pura,
Nem promessa maior.
Torga, Miguel. 2001. “Imagem”. In Antologia Pessoal da Poesia Portuguesa, ed. Eugénio de Andrade, 5th ed., 431. Porto: Campo das Letras.
Sem comentários:
Enviar um comentário