segunda-feira, 18 de outubro de 2021

Alimentação literária

O Clube de Leitura associou-se à Biologia para juntar o prazer de ler ao prazer do arroz-doce.

No dia 18 de outubro, as turmas do 9º ano foram convidadas a aparecer no polivalente para leituras e reflexão sobre a alimentação nos dias de hoje, quando mais de 820 milhões de pessoas não têm alimentos suficientes e dois mil milhões de homens, mulheres e crianças têm sobrepeso ou são obesos.


Na literatura, é frequente os escritores falarem de alimentos que associam a memórias agradáveis. Foi para evocar uma dessas experiências que a D. Cláudia fez 120 tacinhas de arroz-doce para todos os alunos do 9º ano da Cristina Torres – um doce, tão da nossa tradição, deve comer-se em ocasiões especiais.

Ficou o marcador de livros, cheio de mensagens importantes, feito pelo ATL, e a boca a saber a canela: alimentação saudável para o corpo e para a mente!

Meu pratinho de arroz-doce

polvilhado de canela;

Era bom mas acabou-se

desde que a vida me trouxe

outros cuidados com ela.

                    António Gedeão (“Dor de Alma”)

sexta-feira, 15 de outubro de 2021

Klara e o Sol, de Kazuo Ishiguro

Tradução: Maria de Fátima Carmo 

Editor: Gradiva Edição: março de 2021

Algumas informações sobre o autor:

Kazuo Ishiguro nasceu em Nagasáqui, no Japão, em 1954, e vive na Grã-Bretanha desde os cinco anos. Recebeu o Prémio Nobel da Literatura em 2017 e a sua obra está traduzida em mais de quarenta línguas.

Outros livros do autor: 

Os Despojos do Dia (1989, vencedor do Booker Prize; adaptado ao cinema); 

Os Inconsolados (1995, vencedor do Cheltenham Prize); 

Quando Éramos Órfãos (2000, nomeado para o Booker Prize); 

Nunca me Deixes (2005, nomeado para o Booker Prize, adaptado ao cinema); 

Nocturnos (2009, contos); 

O Gigante Enterrado (2015); 

Um Artista do Mundo Flutuante (2018).

A personagem principal da obra, Klara, é um androide, uma amiga artificial inteligente, boa observadora e que, apesar de não dominar as emoções humanas, não é uma mera máquina, um mero aspirador.  É pelos seus olhos que vemos o mundo dos humanos.

Inicialmente, ela observa com atenção o comportamento dos que entram na loja para apreciar os artigos e dos que passam na rua e se detêm a olhar as montras.
Acalenta a esperança de que entre um cliente que a escolha como companheira para o crescimento das crianças, mas, quando surge essa possibilidade, Klara é aconselhada a não se fiar muito nas promessas dos seres humanos. Será que esse conselho se justifica?

A verdade é que o final, ainda que espectável, deixou-me "de coração apertado".

A Inteligência Artificial tem, portanto, um papel central nesta obra-prima do vencedor do Nobel de Literatura, Kazuo Ishiguro. No entanto, mais do que falar sobre androides e máquinas, o romance aborda, de forma primorosa, relacionamentos diversos (familiares, amorosos, fraternais) e levanta uma importante questão: o que é que nos torna humanos? O que significa ser humano? Será o coração?

É um romance extraordinário atravessado pela tecnologia, pela ecologia, por novas desigualdades sociais trazidas pela elite académica e pela manipulação genética, que levanta questões sobre as quais importa começar a refletir de forma atempada, pois este futuro é já amanhã!

Este livro foi apresentado em todas as turmas do 10º Ano.

Requisita-o na nossa BE e consulta o Clube de Leitura, sempre disponível para te orientar! 


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