Trata-se de um livro de contos, doze contos. Um deles é o que dá o título à obra.
O preferido do Clube de leitura é “Labirinto”, talvez porque conte uma história muito prosaica, daquelas que Teolinda Gersão transforma numa exposição das idiossincrasias do ser humano. Ela espreita por uma porta e encontra-nos. Um homem vai para as Almoinhas Velhas, mas não sabe o caminho, entra num café para perguntar. Bebe um café, um bagaço e mais outro, faz conversa, bebe outro bagaço… e nós perguntamo-nos quando é que ele vai voltar à estrada, para chegar a horas ao almoço a que o filho lhe pediu para ir em sua representação. Mais à frente percebemos – custa-lhe muito ir a este almoço, trata-se de uma oportunidade única para um bom negócio e ele tem medo de estragar tudo, prejudicando o filho: “mas o que é que um pai, mesmo mesmo à rasquinha não faz por um filho?” (p. 105). A personagem, em conflito com a sua vontade própria e o dever de pai, vai adiando o momento de confronto: serei eu capaz de fazer pelo meu filho o que ele espera que eu faça? O excesso de álcool vai levá-lo, depois de se pôr ao caminho, a voltar atrás mais uma vez para perguntar ao empregado: “Eu, quando cheguei, pra onde lhe perguntei o caminho?” (p. 106).
É uma excelente história. E há mais onze.
Se precisares de ajuda, procura o Clube de leitura.
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