formas de texto/de contar uma história.
A contracapa seduz imediatamente porque nos faz começar a refletir sobre o ritmo e aproveitamento das nossas vidas que, sempre atarefadas, nos fazem esquecer da nossa própria essência. Somos nós sem sermos nós mesmos.
A inferência de que somos seres sem alma e o facto de nos conseguirmos identificar com a mesma levam-nos a não conseguir deixar de pensar no conteúdo do livro. Somos interiormente obrigados a abri-lo e a entrar num universo de reflexão sobre nós mesmos.
O que distingue esta obra do comum panorama a que estamos habituados é que as palavras nos dominam sem dominar necessariamente o texto. No total, são cerca de duas páginas de texto, o que não o torna mais fácil de entender: pelo contrário. A mensagem é-nos contada pelas brilhantes ilustrações de Joanna Concejo que, aliada ao registo diferenciado, metafórico e sugestivo de Tokarczuk, se juntam numa inexplicável viagem de reflexão que mudou a minha forma de pensar a vida e de agir perante ela.
Não fosse a cor um elemento extremamente enriquecedor da arte, o livro conta com ilustrações coloridas de forma a encaixarem-se e completarem o texto, ajudando o leitor a perceber onde pode chegar com a própria reflexão.
No fundo, a obra atinge um dos mais importantes benefícios da literatura (e da arte, na verdade): fazer-nos repensar a forma como agimos, vivemos e, no fundo, como somos.
Na BE: Nº 13319
Sugestão da professora Bárbara Gaudêncio
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