sexta-feira, 13 de junho de 2025

Leitura para férias - 1

Para quem quer saber mais sobre a crueldade da guerra e o grau de maldade a que o ser humano é capaz de chegar, esta é uma leitura que recomendo.

Porém, aviso desde já que não é adequado para um público mais sensível. Há momentos na narrativa em que o horror é tanto que temos de parar de ler para lavarmos a alma com a liberdade e a paz em que vivemos.

Juntando vários testemunhos a uma extensa e minuciosa pesquisa, Sofi Oksanen expõe o modo como a Rússia faz da violação uma arma de guerra e instrumentaliza os soldados e as suas famílias de maneira a considerarem “normais” e “patrióticos” esses comportamentos.

Apesar do título apontar como vítimas as mulheres, ficamos também a saber que os homens que são feitos prisioneiros de guerra dificilmente escapam a esses procedimentos.

Desta forma, agridem física e psicologicamente as populações dos países que querem dominar. É um genocídio encoberto.

O livro está disponível na biblioteca escolar, portanto a sua leitura não implica custos económicos e, se por qualquer motivo não tiverem coragem de ler até ao fim, não lamentarão o investimento feito.

Garanto-vos que, depois de lerem este livro, aprenderão a dar mais valor à liberdade e sentirão necessidade de a defender com todas as vossas forças.

 Leitura para gente crescida.

 

Leitura para férias -2

 “Natureza Urbana”, Joana Bértholo, 2023, editora Relógio D’Água

Sou uma leitora compulsiva e não consigo adormecer sem uns momentos de leitura para esquecer as preocupações do dia a dia e dormir tranquila.

Esta introdução serve para explicar porque é que escolhi esta obra: precisava de um livro pequenino, que coubesse numa mala de cabine porque ia viajar para Marrocos.

Fui à biblioteca escolar, folhei o livro, gostei do estilo da escritora (que não conhecia), requisitei-o (tem o nº 14693), coloquei-o na minha bagagem e partimos (eu e a obra) para Marrocos.

Li-o todo logo no primeiro dia, em duas horas …

Conta-nos a história de uma mulher citadina que descobre a beleza de estar em contacto com a natureza e isso muda por completo a sua perspetiva da vida, do mundo e de si própria.

A autora é uma jovem escritora cujo estilo é sugestivo, mas sem “lamechices”, expressiva sem exagerar nos recursos linguísticos.

A mensagem é importantíssima e faz-nos perceber que podemos estar muito bem integrados numa vida de cidade, a qual até chamamos civilizada, mas falta-nos a força e a tranquilidade que só o convívio harmonioso com a natureza nos dá.

Penso que é um livro imperdível. 

Requisita-o e verás que não te arrependes.

                                                                                                          Isilda Marques

sexta-feira, 30 de maio de 2025

Leitura para férias - 3

O Clube de Leitura vai encerrar os trabalhos deste ano letivo. Porque a leitura não pode estar ausente nas férias, aqui fica uma sugestão.

O Gato Que Salvava Livros, de Sosuke Natsukawa

Este livro está na nossa BE, com o número de registo: 14720 e a entrada é de janeiro de 2025.

Sosuke Natsukawa conta-nos a história de um adolescente pouco sociável, que gostava muito de faltar à escola, que não tinha amigos e que vivia fechado na livraria alfarrabista do avô. Era um hikikomori (“termo de origem japonesa que designa um comportamento de isolamento extremo”, p. 11). A morte repentina do avô, único familiar com quem vivia, deixou Rintaro Natsuki numa situação delicada. Teria de ser uma tia, que vivia muito distante, a tomar conta dele. Isso implicava fechar a livraria e mudar de escola. Como não tinha ligações com nada nem com ninguém, Rintaro não ficou preocupado. Mas o interesse de Sayo Yuzuki, a delegada de turma, pelo rapaz veio alterar um pouco a situação. Até aqui a história parece bem realista, certo?

No entanto, trata-se de uma história com uma outra dimensão, podíamos dizer, uma quinta dimensão, porque, para além de termos um gato que fala, o Tigre, com a missão espinhosa de salvar livros, temos um mundo paralelo dentro da livraria Natsuki. E quem é que o gato resgata para o ajudar na sua missão? Rintaro, exatamente. A timidez, a indiferença, a insociabilidade... tudo isso vai mudar, pois Rintaro tem de mudar. Não podemos amar os livros e não sentir empatia. Empatia. É esse o segredo do último “labirinto”, que, afinal, estava no coração de Rintaro: «Os livros ensinam-nos a preocuparmo-nos com os outros.» (p. 141). Os labirintos anteriores são mundos onde vivem pessoas más que prendem, cortam, negoceiam os livros como se fossem materiais descartáveis.

O final é feliz. Que bom!

Aprendemos muito sobre a importância dos livros com esta história singela, que já foi “bestseller no Japão e em mais 30 países” (pode ler-se na capa).

Faria uma boa leitura comparada com o livro de Ray Bradbury, Fahrenheit 451, publicado em 1953.

BOAS LEITURAS! BOAS FÉRIAS!


quarta-feira, 21 de maio de 2025

Rodas de leitura - encerramento

 





A "Nau Catrineta" foi um sucesso entre os alunos do 7.º Ano. 

Da pré-leitura à leitura/ interpretação, em 50 minutos, navegámos pelas descobertas, pelas dificuldades das viagens nas caravelas, pela luta entre o Bem e o Mal e vimos a força de caráter como condição para a "salvação".

Em jeito de balanço, o Clube de Leitura congratula-se com os resultados, concluindo que esta atividade é de grande utilidade entre os alunos mais jovens, que necessitam de praticar a leitura em voz alta e as etapas de compreensão do texto.

quarta-feira, 7 de maio de 2025

A ler a "Nau Catrineta"


O Clube de Leitura retomou as leituras em roda, que se irão realizar ao longo do 3.º período. As turmas envolvidas no projeto são os 7.º A, B, C e D.

A leitura do poema narrativo "Nau Catrineta" pode ser complementado com "A Bela Infanta", textos recolhidos da tradição oral por Almeida Garrett.

No dia 7 de maio, já esteve em atividade o 7.ºA, com a presença dos alunos do projeto Erasmus+.

E continua a roda.

quinta-feira, 1 de maio de 2025

Leitura de fotografias

A convite do Clube de Leitura, o professor Fernando Mendes apresentou uma sessão de leitura de fotografias antigas da Figueira da Foz, aos alunos do curso de Línguas e Humanidades.

A ação decorreu no auditório, na manhã de 30 de abril, na presença de professores e alunos do 10º, 11º e 12º ano. Fazer da análise de uma fotografia um exercício de leitura documental é, como se pôde ver, uma tarefa exigente mas apaixonante. Foi com grande entusiasmo que o professor percorreu a história da fotografia, nomeadamente a fotografia antiga da Figueira da Foz, num discurso claro e cativante para todos.

Obrigado, professor.



terça-feira, 22 de abril de 2025

O Clube de Leitura Antiguerra, de Annie Lyons

Um livro da Bertrand Editora, de 2024. Tem o seguinte número de registo na nossa BE: 14705.

Uma história fantástica que se desenrola num subúrbio de Londres, Beechwood (terra onde vive a autora), de 1938 a 1947.

Como já percebeste, atravessa a segunda grande guerra. E é esse mesmo o contexto da narrativa. Gertie Bingham é proprietária de uma pequena livraria, está viúva há 2 anos e a sua companhia constante é Hemingway, um labrador doce como o mel, que é também a sua cor.

A chegada de Hedy Fischer, uma menina judia, de 15 anos, que Gertie acolhe como refugiada do nazismo (tal como muitas famílias fizeram pela Europa fora), vem agitar a sua vida pacata.

A história fantástica que o livro nos conta é a do Clube de Leitura criado por Gertie, com o objetivo de fazer frente às agruras da guerra - enquanto se refugiam no abrigo da livraria à espera de que acabem os ataques aéreos, vão lendo livros e partilhando opiniões. Quando Gertie se lembra de enviar pacotes de livros aos prisioneiros, a força da leitura atinge o seu auge. Repara no excerto de uma carta de um prisioneiro dirigida à Gertie como agradecimento:

«Creio que não estou a exagerar quando afirmo que os livros que me enviaram me salvaram a vida. Encontrava-me numa situação bastante desesperada e ler as histórias tão engraçadas de Jeeves e Wooster fizeram-me esquecer onde estava. Conseguir escapar a uma realidade tão sombria e passar algumas horas a rir-me sozinho foi um bálsamo para a alma.» (p. 334)

Este é um livro maravilhoso sobre a força da palavra escrita e sobre a leitura. 

Trata-se de uma ficção histórica, que levou Annie Lyons a alguma investigação, como ela revela no final do livro. Podes começar por aí, se estiveres interessado em trabalhar a obra. Também podes criar intertextualidade com o livro de Mary Ann Shaffer, A Sociedade Literária da Tarte de Casca de Batata, cujo tempo histórico e temática são muito próximos.

Desejamos-te uma Boa Leitura!

Vais comover-te e aprender muito sobre a importância do apoio dos outros, numa pequena comunidade, quando o mundo é um lugar hostil.

Novidade

Leitura para férias - 1

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