O Gato Que Salvava Livros, de Sosuke Natsukawa
Este livro está na nossa BE, com o número de registo: 14720
e a entrada é de janeiro de 2025.
Sosuke Natsukawa conta-nos a história de um adolescente
pouco sociável, que gostava muito de faltar à escola, que não tinha amigos e
que vivia fechado na livraria alfarrabista do avô. Era um hikikomori (“termo de
origem japonesa que designa um comportamento de isolamento extremo”, p. 11). A
morte repentina do avô, único familiar com quem vivia, deixou Rintaro Natsuki
numa situação delicada. Teria de ser uma tia, que vivia muito distante, a tomar
conta dele. Isso implicava fechar a livraria e mudar de escola. Como não tinha
ligações com nada nem com ninguém, Rintaro não ficou preocupado. Mas o
interesse de Sayo Yuzuki, a delegada de turma, pelo rapaz veio alterar um pouco
a situação. Até aqui a história parece bem realista, certo?
No entanto, trata-se de uma história com uma outra dimensão,
podíamos dizer, uma quinta dimensão, porque, para além de termos um gato que
fala, o Tigre, com a missão espinhosa de salvar livros, temos um mundo paralelo
dentro da livraria Natsuki. E quem é que o gato resgata para o ajudar na sua
missão? Rintaro, exatamente. A timidez, a indiferença, a insociabilidade...
tudo isso vai mudar, pois Rintaro tem de mudar. Não podemos amar os livros e
não sentir empatia. Empatia. É esse o segredo do último “labirinto”, que,
afinal, estava no coração de Rintaro: «Os livros ensinam-nos a preocuparmo-nos
com os outros.» (p. 141). Os labirintos anteriores são mundos onde vivem
pessoas más que prendem, cortam, negoceiam os livros como se fossem materiais descartáveis.
O final é feliz. Que bom!
Aprendemos muito sobre a importância dos livros com esta
história singela, que já foi “bestseller no Japão e em mais 30 países” (pode
ler-se na capa).
Faria uma boa leitura comparada com o livro de Ray Bradbury,
Fahrenheit 451, publicado em 1953.
BOAS LEITURAS! BOAS FÉRIAS!